domingo, 14 de agosto de 2011

Dia 16: Amalfi e Atrani

Saímos de manhã do hotel para ir à praia. Decidimos experimentar, nesse primeiro dia, a praia na terra do hotel, Praiano. A praia de Praiano chama-se "Praia" e fica no fundo de uma ravina e andámos bastante para lá chegar. Lá chegados fiquei desolada. A praia é pequena, de pescadores. Cheirava mal, as pedras (não há areia, mas isso para mim não é desvantagem) tinham algum lixo e, francamente, não gostei do ambiente, das pessoas que a frequentavam. Assim subimos até meio caminho para apanhar o autocarro para Amalfi. Cada bilhete de autocarro custa 2,5 euros, o que leva a que a viagem, ida e volta, para uma família de 3 acabe por ser bastante dispendiosa. Lá fomos. A viagem é de loucos. O autocarro estava cheio, só tendo conseguido um lugar para a nossa filha e, como tal, fomos de pé. De pé não se avista o bordo da estrada e tudo o que se avista é uma grande ravina com o mar no fundo e sente-se o autocarro andar aos solavancos e a fazer curvas apertadíssimas. A sensação com que se fica é que a qualquer momento podemos cair lá em baixo. Lá chegados deparamo-nos com o problema semelhante de não saber a que praia ir dado que não era isso que estava planeado para esse dia. Verificamos que a maior parte do espaço de praia, que por si só é pequeno, pertence a concessões e a parte pública está a abarrotar. Acabámos por ir até  uma praia gratuita também ela com alguns barcos, mas a banhoca até foi agradável. A praia estava limpa e a água quente. De seguida entrámos na terrinha para ir almoçar. Demos com uma pequena praceta com alguns restaurantes. Comemos no que nos pareceu mais baratito e com lugares (coisa importante),  Trattoria La Piazeta. Comeu-se bem. Passeámos até à praça principal que tem uma linda Catedral e decidimos andar, pela estrada, até Atrani, "Il Comune piú piccolo d'Itália", que fica mesmo ali ao lado. Em Atrani achámos a praia mais bonitinha e maior (apesar de ser a mais pequena "Comune" de Itália). Como a digestão ainda não estava feita, decidimos voltar a Amalfi mas desta vez seguindo o caminho de peões, por cima da terra. Foi um passeio muito bonito e agradável. Chegados a Amalfi fomos perguntar numa das praias concessionadas como fazer para a frequentar. Ficámos a saber que aquela hora o preço seria 20 euros, se fosse para todo o dia eram 30. Decidimos pagar os 20 e reservar para o dia seguinte. Foi o melhor que fizemos. Apesar de sair uma praia cara (principalmente para quem, em Portugal, ou mesmo em Espanha, a tem de graça) acabou por ser a melhor opção. Com direito a  espreguiçadeiras almofadadas, toalha e guarda-sol, lá ficámos. Fomos tomar banho a uma praia quentinha e agradável e assim passámos o resto da tarde. O sol põe-se cedíssimo dado que aquilo fica entre montes e, quando o sol desaparece a praia fica desagradável e as pessoas vão embora. Fomos também. Estupidamente decidimos ir de imediato para o autocarro, não sabendo que toda a gente o faz aquela hora. Nesse momento passa uma qualquer onda de loucura nas, até então, pacíficas pessoas e entrar no autocarro revela-se uma enorme batalha. Quando me apercebi havia cotoveladas e apertos, toda a gente a querer entrar fosse por cima de quem fosse. Empurram velhinhas e crianças sem qualquer problema. Podia dizer que tinham sido os italianos, ou os franceses ou os americanos que por lá andavam, mas a verdade é que acho que era qualquer pessoa, até as velhinhas empurravam... Tive de agarrar na minha filha ao colo ou acho que ela era esborrachada na loucura. Lá conseguimos entrar e voltámos novamente de pé. Fiquei um pouco impressionada por ninguém se levantar para dar lugar a idosos ou crianças, era o salve-se quem puder. Voltámos a Praiano. Saímos na paragem mais perto do nosso hotel (o que significa que era bastante longe) e fomos pelo caminho a ver se havia alguma trattoria, pizzaria ou restaurante que nos servisse melhor que o do hotel. Acabámos por perguntar a uma senhora que estendia a roupa se conhecia alguma. Lá nos tentou explicar onde era durante bastante tempo. Dizia que havia uma boa trattoria um pouco longe dali e explicava como podíamos ir para lá. Enquanto o fazia uma velhinha, com graves dificuldades a andar, fez uns 5 metros durante todo o tempo da conversa. Chegando, finalmente perto de nós, exclamou algo como: "Eles são jovens, diz que é sempre em frente e à esquerda!". Lá fomos. Passámos primeiro pelo hotel para tomar um banho e nos sentirmos mais apresentáveis e seguimos pelo caminho que nos tinha dito a referida senhora (sempre em frente e à esquerda) e demos com a trattoria, no fim de uma descida inclinada (já a pensar na dificuldade da subida), perto da igreja, trattoria San Genaro. A refeição foi óptima, apesar de carota, mas pelo menos as doses  eram visíveis ;).

Atrani, Costa Amalfitana

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