Depois de sair de Orvieto, seguimos para a única Civitá di Bagnoregio, uma maravilhosa cidade (também de origem etrusca), a que só se pode chegar de uma forma, atravessando uma longa ponte a pé. Ficámos a saber que a cidade esteve, até ao século XIX, ligada à vizinha Bagnoregio por um cordão de terra mas que este acabou por ruir, passando a cidade a ser conhecida como 'la cittá che muore' (a cidade que morre), depois construíram uma ponte de madeira que teve o mesmo destino e, só em 19..., se construiu o acesso actual. A maioria das casas da cidade foram abandonadas pelos seus habitantes devido às dificuldades que implica morar lá, estando a cidade totalmente vedada aos automóveis - circulam apenas algumas pequenas motas. No entanto o governo italiano decidiu preservar todas elas, de modo a deixá-las com "aspecto habitado" e manter a cidade aberta para o turismo. Assim nota-se que os habitantes locais são muito poucos (moram lá 15 pessoas no Inverno e cerca de 100 no Verão). Existe a igreja de San Donato, plenamente funcional, onde entrámos a meio de uma qualquer cerimónia ou ensaio, um café/supermercado, e mais uma ou outra lojinha de souvenirs. Também por lá se encontra uma minúscula gruta etrusca que visitámos por 2 euros (1 por pessoa), com vestígios do modo de vida e da produção tradicional - e caseira - de vinho e azeite. Ainda assistimos, enquanto tomávamos uma 'birra', a uma cena encantadora. Um senhor brincava com 4 jovens (3 raparigas e 1 rapaz) enquanto entoavam uma cantilena em sua volta. Riam, corriam, enfim uma diversão pegada, tanto que houve alguns deles que choraram ao ter que ir embora. Adoramos a forma como eles em Itália deixam as crianças ser crianças. Com a tarde a dizer-nos adeus rapidamente, saímos de Civitá apaixonados e com vontade de ficar lá para jantar, prosseguindo para a terrinha planeada para a noite, Viterbo.
Esta viria a revelar-se, até agora (e esperemos que até ao final das férias) o maior erro de planeamento. A quem esteja a planear férias na zona, se pensam visitar Viterbo, por favor, não o façam do modo como fizemos. Escolhemos um hotel perto de uma porta a sul da cidade e tal erro revelou-se grande demais. Apesar das imagens na net serem bonitinhas, lá dentro esse "bonito" perde-se entre prédios feios, mau ambiente, sujidade, prostitutas (quase a cada esquina). O hotel, Baletti Palace Hotel, era de quatro estrelas mas já tinha tido, com certeza, melhores dias. Tudo lá dentro se encontrava num estado decadente e mesmo o restaurante do mesmo, onde acabámos por jantar por não encontrarmos nenhum local onde nos sentíssemos seguros e bem na cidade, era mau em termos de comida... o que vale é que era barato. A sensação com que ficámos é que Viterbo terá, em tempos, sido uma terra bonita que, por algum mau planeamento ou organização, entrou em decadência. Não visitem, não vale a pena.
Civitá di Bagnoregio |
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